segunda-feira, 16 de setembro de 2019


O VELHO E O MAR ( Ernest Hemingway) 


RESUMO DO LIVRO:  Depois de passar quase três meses sem fisgar um peixe, escarnecido pelos colegas de profissão, o velho Santiago enfrenta o alto-mar, sozinho, em seu pequeno barco.

Quer provar aos outros e a si mesmo que ainda é um bom pescador. É em completa solidão que ele travará uma luta de três dias com um peixe imenso, um animal quase mitológico, que lembra um ancestral literário, a baleia Moby Dick.

À medida que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de Santiago, em suas dúvidas, sua angústia, sentindo os músculos retesados, a boca salgada e com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue. Por fim o peixe se dobra à força do pescador. Por ser um peixe grande demais, não havia como colocá-lo dentro do barco, então, ele o conduziria puxado até a praia. Mas a vitória não estava completa – surgem os tubarões.

Quando finalmente consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava a sua espinha, e Santiago estava sem forças. Os outros pescadores, vendo o tamanho do peixe, o maior que alguém já havia pescado, respeitam e ajudam-no, especialmente o jovem Manolin, que gostava muito do velho.


A história representa a luta da vida, quando você acha que está tudo bem, porque já pescou o peixe, vem aquele tubarão para você enfrentar. Vence um obstáculo aqui, logo surge outro ali, e outro acolá, e nem sempre sairemos vitoriosos, pois o fracasso também faz parte da vida, tira-nos do comodismo, mostra que somos imperfeitos e que precisamos ser lapidados, não devemos encarar o fracasso como uma derrota, e sim como uma lição que ensina-nos a ser mais fortes e persistentes nos objetivos almejados.

A luta é individual, cada pessoa vem sozinha ao mundo, atravessa a vida como uma pessoa separada, e finalmente morre sozinha. A solidão é um sentimento interno, é o momento em que sente que está só, até mesmo estando cercado de pessoas. Como não poderia ser diferente, o velho Santiago faz a travessia pelo mar da vida, sozinho, curtindo a solidão e a aventura no alto mar.

O velho já atravessou por todas as fases da vida, e o mar representa essa travessia que proporcionou a ele grandes experiências vividas, às vezes o mar é bom, outras vezes é ruim, temos que aprender a conviver com o bem e com o mal.

A luta desesperada de Santiago,  que resume-se ao “desejo de vencer”. Ensina-nos  que em certos momentos é preciso ceder o controle da direção, deixar-se levar pela maré, sem resistência.  A situação pode estar difícil, mas não devemos desanimar diante dos obstáculos, é preciso ter perseverança, pois o sofrimento não vem para nos derrotar e sim para nos tornar mais fortes, para nos lapidar e fazer de nós uma jóia inigualável.

É preciso passar pela luta para se chegar à vitória, e que nem sempre podemos vencer, mas no fim sempre podemos tirar uma lição da batalha travada. Assim como a felicidade é passageira, o sofrimento não é eterno, sem dor não existe prazer, nos momentos de dificuldades precisamos enxergar os lindos peixes coloridos que nos rodeiam, pois são eles que iluminam e dão coloração para a vida, senão a história escrita por você ficará em “preto e branco”. 

o Espiritismo deu vida, sentido existencial, à terceira idade, convidando o idoso a um comportamento sempre feliz, ativo no bem, procurando aproveitar as infinitas oportunidades de aprendizado que a vida nos concede.
À luz da reencarnação, o último período de vida na Terra, mesmo os últimos dias, as derradeiras horas, são valiosas oportunidades de aprender e crescer espiritualmente, porque, repita-se, toda conquista intelectual e moral serão patrimônios inalienáveis e inapagáveis do Espírito.

Na obra O Consolador, também do médium Francisco Cândido Xavier, o benfeitor Emmanuel, ao abordar o tema em questão, orienta que: A existência na Terra é um aprendizado excelente e constante. Não há idades para o serviço de iluminação espiritual (…) e a velhice não tem o direito de alegar cansaço orgânico em face desses estudos de sua necessidade própria.
(…) os homens mais avançados em anos têm, contudo, a seu favor as experiências da vida, que facilitam a compreensão e nobilitam o esforço da iluminação de si mesmos, considerando que, se a velhice é a noite, a alma terá no amanhã do futuro a alvorada brilhante de uma vida nova. (q. 223)
Dessa forma, o idoso poderá alegar cansaço e falta de vigor físico para algumas tarefas materiais, mas jamais para sua missão de iluminação espiritual, porque, sempre será tempo de desenvolver ou fortalecer virtudes, educar os sentimentos, libertar-se de um defeito, orar pelo próximo, ler um bom livro, escutar uma palestra educativa, fazer o bem etc.
Infelizmente, muitos idosos têm praticado o suicídio direto (alta taxa de suicídio após os setenta anos de idade em algumas regiões da Terra), ou negam-se a viver, aguardando de forma melancólica a morte, como se nada mais pudessem realizar.
Quanto ao suicídio direto, basicamente são três os fatores que alimentam essa infeliz ideia:
1- Conviver com as perdas: normalmente, o idoso enfrenta diversas perdas, desde a perda do vigor físico e da saúde até a perda dos entes queridos, o que pode gerar a depressão e a falta de vontade de viver.
O Espiritismo convida o idoso a refletir sobre a transitoriedade da matéria e a perenidade do Espírito, de tal sorte que é natural o desgaste do corpo físico, devendo o tempo de vida física ser aproveitado para atender os compromissos materiais e sobretudo os espirituais, morais, sabendo, ainda, que haverá, oportunamente, o reencontro, na pátria espiritual, com os entes queridos que já partiram.
Aliás, algumas vezes, a perda da saúde que os torna dependentes, parcial ou integralmente, de algum parente, amigo ou terceiros, os está convidando a exercitar a humildade (reconhecer que têm limites e necessitam do próximo) e a gratidão (por haver pessoas que os estão cuidando).
2-  Sentir-se um fardo: em algumas ocasiões, o idoso se sente um peso para a família, por causa dos cuidados que necessita, e, infelizmente, alguns familiares colaboram para essa sensação em razão das reclamações constantes, quando não colocam os pais, os avós morando no fundo do imóvel, quase na condição de algum estranho ou de alguém esquecido.
Sob a ótica do Evangelho, caberá aos familiares cuidar com ternura dos seus idosos, até porque, normalmente, receberam deles, em suas infâncias, todo o cuidado que necessitavam. Caberá ao idoso, se for tratado com desdém e indiferença, exercitar o perdão e a compaixão, entendendo os limites morais dos familiares, fazendo o melhor para contornar essa situação, amando-os sempre.
3- Perda do sentido existencial: alguns idosos pensam que estão próximos da morte e, portanto, não têm qualquer perspectiva de realizarem algo a mais em favor da vida e de si mesmos, de forma que começam a idealizar o suicídio.
A veneranda religião espírita, conforme já anotado neste artigo, convida  todos o promover a evolução intelecto-moral até os últimos suspiros de vida, porque toda essa conquista será patrimônio do Espírito imortal que somos, portanto, o Espiritismo propicia essa noção de sentido existencial a todos, inclusive aos idosos, mesmo quando a desencarnação já esteja próxima.
Assim sendo, com o aumento da população de idosos no mundo e com a melhora progressiva da qualidade de vida, vem o Espiritismo, na condição de Cristianismo Redivivo, conclamar ao idoso que sempre seja grato pela vida, jovial, alegre, e que possa ser um cristão dedicado, ativo no bem, em todos os momentos e situações, porque, como disse Jesus a Simão, o Zelote, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!… Antes de tudo, é preciso ser de Deus!



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