O VELHO E O MAR ( Ernest Hemingway)
RESUMO DO
LIVRO: Depois
de passar quase três meses sem fisgar um peixe, escarnecido pelos colegas de
profissão, o velho Santiago enfrenta o alto-mar, sozinho, em seu pequeno barco.
Quer
provar aos outros e a si mesmo que ainda é um bom pescador. É em completa
solidão que ele travará uma luta de três dias com um peixe imenso, um animal
quase mitológico, que lembra um ancestral literário, a baleia Moby Dick.
À medida
que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de
Santiago, em suas dúvidas, sua angústia, sentindo os músculos retesados, a boca
salgada e com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue. Por fim o peixe se
dobra à força do pescador. Por ser um peixe grande demais, não havia como colocá-lo
dentro do barco, então, ele o conduziria puxado até a praia. Mas a vitória não estava
completa – surgem os tubarões.
Quando
finalmente consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava a
sua espinha, e Santiago estava sem forças. Os outros pescadores, vendo o
tamanho do peixe, o maior que alguém já havia pescado, respeitam e ajudam-no,
especialmente o jovem Manolin, que gostava muito do velho.
A
história representa a luta da vida, quando você acha que está tudo bem, porque
já pescou o peixe, vem aquele tubarão para você enfrentar. Vence um obstáculo
aqui, logo surge outro ali, e outro acolá, e nem sempre sairemos vitoriosos,
pois o fracasso também faz parte da vida, tira-nos do comodismo, mostra que
somos imperfeitos e que precisamos ser lapidados, não devemos encarar o
fracasso como uma derrota, e sim como uma lição que ensina-nos a ser mais
fortes e persistentes nos objetivos almejados.
A luta é individual, cada pessoa vem sozinha ao mundo, atravessa a vida
como uma pessoa separada, e finalmente morre sozinha. A solidão é um sentimento
interno, é o momento em que sente que está só, até mesmo estando cercado de
pessoas. Como não poderia ser diferente, o velho Santiago faz a travessia pelo
mar da vida, sozinho, curtindo a solidão e a aventura no alto mar.
O velho já atravessou por todas as fases da vida, e o mar representa
essa travessia que proporcionou a ele grandes experiências vividas, às vezes o
mar é bom, outras vezes é ruim, temos que aprender a conviver com o bem e com o
mal.
A luta desesperada de Santiago, que resume-se ao “desejo de
vencer”. Ensina-nos que em certos momentos é preciso ceder o controle da
direção, deixar-se levar pela maré, sem resistência. A situação pode
estar difícil, mas não devemos desanimar diante dos obstáculos, é preciso ter
perseverança, pois o sofrimento não vem para nos derrotar e sim para nos tornar
mais fortes, para nos lapidar e fazer de nós uma jóia inigualável.
É preciso passar pela luta para se chegar à vitória, e que nem sempre
podemos vencer, mas no fim sempre podemos tirar uma lição da batalha travada.
Assim como a felicidade é passageira, o sofrimento não é eterno, sem dor não
existe prazer, nos momentos de dificuldades precisamos enxergar os lindos
peixes coloridos que nos rodeiam, pois são eles que iluminam e dão coloração
para a vida, senão a história escrita por você ficará em “preto e
branco”.
o
Espiritismo deu vida, sentido existencial, à terceira idade, convidando o idoso a um
comportamento sempre feliz, ativo no bem, procurando aproveitar as infinitas
oportunidades de aprendizado que a vida nos concede.
À luz
da reencarnação, o último período de vida na Terra, mesmo os últimos dias, as
derradeiras horas, são valiosas oportunidades de aprender e crescer
espiritualmente, porque, repita-se, toda conquista intelectual e moral serão
patrimônios inalienáveis e inapagáveis do Espírito.
Na obra O Consolador,
também do médium Francisco Cândido Xavier, o benfeitor Emmanuel, ao abordar o
tema em questão, orienta que: A existência na Terra é um aprendizado
excelente e constante. Não há idades para o serviço de iluminação espiritual
(…) e a velhice não tem o direito de alegar cansaço orgânico em face desses
estudos de sua necessidade própria.
(…) os homens mais
avançados em anos têm, contudo, a seu favor as experiências da vida, que
facilitam a compreensão e nobilitam o esforço da iluminação de si mesmos,
considerando que, se a velhice é a noite, a alma terá no amanhã do futuro a
alvorada brilhante de uma vida nova. (q.
223)
Dessa forma, o idoso poderá
alegar cansaço e falta de vigor físico para algumas tarefas materiais, mas
jamais para sua missão de iluminação espiritual, porque, sempre será tempo de
desenvolver ou fortalecer virtudes, educar os sentimentos, libertar-se de um
defeito, orar pelo próximo, ler um bom livro, escutar uma palestra educativa,
fazer o bem etc.
Infelizmente, muitos idosos têm
praticado o suicídio direto (alta taxa de suicídio após os setenta anos de
idade em algumas regiões da Terra), ou negam-se a viver, aguardando de forma
melancólica a morte, como se nada mais pudessem realizar.
Quanto ao suicídio direto,
basicamente são três os fatores que alimentam essa infeliz ideia:
1- Conviver com as
perdas: normalmente, o idoso enfrenta diversas perdas, desde a perda
do vigor físico e da saúde até a perda dos entes queridos, o que pode gerar a
depressão e a falta de vontade de viver.
O Espiritismo convida o idoso a
refletir sobre a transitoriedade da matéria e a perenidade do Espírito, de tal
sorte que é natural o desgaste do corpo físico, devendo o tempo de vida física
ser aproveitado para atender os compromissos materiais e sobretudo os
espirituais, morais, sabendo, ainda, que haverá, oportunamente, o reencontro,
na pátria espiritual, com os entes queridos que já partiram.
Aliás, algumas vezes, a perda
da saúde que os torna dependentes, parcial ou integralmente, de algum parente,
amigo ou terceiros, os está convidando a exercitar a humildade (reconhecer que
têm limites e necessitam do próximo) e a gratidão (por haver pessoas que os
estão cuidando).
2- Sentir-se um
fardo: em algumas ocasiões, o idoso se sente um peso para a família,
por causa dos cuidados que necessita, e, infelizmente, alguns familiares
colaboram para essa sensação em razão das reclamações constantes, quando não
colocam os pais, os avós morando no fundo do imóvel, quase na condição de algum
estranho ou de alguém esquecido.
Sob a ótica do Evangelho,
caberá aos familiares cuidar com ternura dos seus idosos, até porque,
normalmente, receberam deles, em suas infâncias, todo o cuidado que
necessitavam. Caberá ao idoso, se for tratado com desdém e indiferença,
exercitar o perdão e a compaixão, entendendo os limites morais dos familiares,
fazendo o melhor para contornar essa situação, amando-os sempre.
3- Perda do sentido
existencial: alguns idosos pensam que estão próximos da morte e, portanto,
não têm qualquer perspectiva de realizarem algo a mais em favor da vida e de si
mesmos, de forma que começam a idealizar o suicídio.
A veneranda religião espírita,
conforme já anotado neste artigo, convida todos o promover a evolução
intelecto-moral até os últimos suspiros de vida, porque toda essa conquista
será patrimônio do Espírito imortal que somos, portanto, o Espiritismo propicia
essa noção de sentido existencial a todos, inclusive aos idosos, mesmo quando a
desencarnação já esteja próxima.
Assim sendo, com o aumento da
população de idosos no mundo e com a melhora progressiva da qualidade de vida,
vem o Espiritismo, na condição de Cristianismo Redivivo, conclamar ao idoso que
sempre seja grato pela vida, jovial, alegre, e que possa ser um cristão
dedicado, ativo no bem, em todos os momentos e situações, porque, como disse
Jesus a Simão, o Zelote, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!…
Antes de tudo, é preciso ser de Deus!
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