quinta-feira, 9 de abril de 2020

O QUE FICA, É O AFETO.


O QUE FICA, É O AFETO

Leila Ferreira, autora do Livro “A arte de ser leve”. Quando iniciou suas pesquisas para escrever este livro, entrevistou o grande estudioso da Universidade de Rotterdam na Holanda, que coordena o maior banco de dados do mundo sobre a felicidade, Dr. Ruutt Veenhoven, autor do conceito da “Teoria da felicidade interna bruta”, após apresentar a ela mais de 30 anos de levantamento de dados sobre a felicidade em diversos países, analisando gráficos e discutindo informações relevantes, no final da entrevista quando foram tomar um cafezinho, num papo informal ele lhe faz a revelação mais simples e mais significativa:  “Nada garante a felicidade, nem dinheiro, nem sucesso, nem saúde, nem  fama, nem beleza, nem juventude... “ Eu cheguei a conclusão que a coisa que mais nos aproxima, realmente da felicidade,  é a qualidade dos nossos relacionamentos pessoais. Quem tem bons relacionamentos pessoais tem mais chance de ser feliz. E ele falou uma frase: “Vive bem quem convive bem”. 

Como viver num mundo de violência, disputas, de ódios, viver em conflitos sem qualidade nos relacionamentos e querer ser feliz? 
Investir tudo no afeto, na qualidade da convivência, sendo pessoas melhores é o real segredo da felicidade. O amor não se pode economizar, empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro. É o que de fato importa, é o que o afeto. 
E ela conta que foi criada no interior de Minas na cidade de Araxá, numa família muito simples. Era a mais nova de 6 filhos que a mãe criou sozinha,  professora, trabalhava o dia inteiro e ela, a única mulher e a mais nova, era cuidada pelos irmãos enquanto a mãe trabalhava. 

E é claro, eles queriam ir tomar banho no córrego, jogar futebol, brincar, e tinha que levar a irmãzinha junto. Ela era pequena não conseguia andar muito e eles tinham que carregar aquele peso. 

Não havia carrinho naquele tempo, então eles pegaram um caixotinho de maçã, e colocaram rodinhas no caixote, improvisaram uma alça pra puxar, e assim levavam a irmã, pra todo lugar que iam, pro córrego onde nadavam, pro campinho de futebol... E mais, pra ela se proteger do sol, eles pegavam uma folha grande mamona e davam pra ela segurar, para fazer sombra no seu rosto. A folha de mamona murchava muito rapidamente, então eles iam trocando por outra.  

E isto é o que fica, ainda hoje, ela adulta, o que ficou na memória?  Foi o afeto destes irmãos que ficou, que nunca vai ser esquecido, é a maior riqueza, é a coisa mais grandiosa que não tem preço, que quando ela se lembra, a enche de felicidade, é o afeto que nos alimenta a alma.

Vídeo “Quarentena sem pirar” de Rossandro Klinjey e Leila Ferreira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=meh882K3Q3o

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