O QUE FICA, É O AFETO
Leila Ferreira, autora do Livro “A arte de ser leve”. Quando
iniciou suas pesquisas para escrever este livro, entrevistou o grande estudioso
da Universidade de Rotterdam na Holanda, que coordena o maior banco de dados do
mundo sobre a felicidade, Dr. Ruutt Veenhoven, autor do conceito da “Teoria da felicidade interna bruta”,
após apresentar a ela mais de 30 anos de levantamento de dados sobre a
felicidade em diversos países, analisando gráficos e discutindo informações
relevantes, no final da entrevista quando foram tomar um cafezinho, num papo
informal ele lhe faz a revelação mais simples e mais significativa: “Nada garante a felicidade, nem dinheiro, nem
sucesso, nem saúde, nem fama, nem
beleza, nem juventude... “ Eu cheguei a conclusão que a coisa que mais nos
aproxima, realmente da felicidade, é a
qualidade dos nossos relacionamentos pessoais. Quem tem bons relacionamentos
pessoais tem mais chance de ser feliz. E ele falou uma frase: “Vive bem quem convive bem”.
Como
viver num mundo de violência, disputas, de ódios, viver em conflitos sem
qualidade nos relacionamentos e querer ser feliz?
Investir tudo no afeto, na qualidade da convivência, sendo
pessoas melhores é o real segredo da felicidade. O amor não se pode economizar,
empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro. É o que de fato importa, é
o que o afeto.
E ela conta que foi criada no interior de Minas na cidade de
Araxá, numa família muito simples. Era a mais nova de 6 filhos que a mãe criou
sozinha, professora, trabalhava o dia
inteiro e ela, a única mulher e a mais nova, era cuidada pelos irmãos enquanto
a mãe trabalhava.
E é claro, eles queriam ir tomar banho no córrego, jogar
futebol, brincar, e tinha que levar a irmãzinha junto. Ela era pequena não
conseguia andar muito e eles tinham que carregar aquele peso.
Não havia
carrinho naquele tempo, então eles pegaram um caixotinho de maçã, e colocaram
rodinhas no caixote, improvisaram uma alça pra puxar, e assim levavam a irmã,
pra todo lugar que iam, pro córrego onde nadavam, pro campinho de futebol... E mais,
pra ela se proteger do sol, eles pegavam uma folha grande mamona e davam pra
ela segurar, para fazer sombra no seu rosto. A folha de mamona murchava muito
rapidamente, então eles iam trocando por outra.
E isto é o que fica, ainda hoje, ela adulta, o que ficou na memória? Foi o afeto destes irmãos que ficou, que nunca vai ser
esquecido, é a maior riqueza, é a coisa mais grandiosa que não tem preço, que
quando ela se lembra, a enche de felicidade, é o afeto que nos alimenta a alma.
Vídeo “Quarentena sem pirar” de Rossandro Klinjey e Leila
Ferreira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=meh882K3Q3o
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